Chianti, imenso (e merecido) prestígio desde o Período Medieval!

24 de setembro de 2020 0 By Sidney Lucas

Oriundo do coração da toscana, mais precisamente de vilarejos que circundam as cidades de Florença e Siena, o vinho “Chianti” tem seu primeiro registro em documentos oficiais no ano 1398, mas foi em 1716 o início da consagração deste patrimônio de valor incalculável pertencente ao povo toscano, ano que Cosimo III de Médici, Grão-Duque da Toscana, oficializou as primeiras regras para a produção definindo os locais aptos a produzir o Chianti.

Foi o primeiro esboço de uma Denominação de Origem que ganharia fama universal. Esta primeira demarcação perdurou até 1932 quando passou pela primeira expansão territorial, a última foi em 1967 permanecendo inalterada desde então.

As mudanças mais severas ocorreram nos últimos quarenta anos e dizem respeito à legislação que orienta a produção, foram diversas alterações e, por consequência, houveram saltos de qualidade que colocaram a Apelação de Origem entre as mais importantes do mundo. A mais recente mudança foi a criação de nova categoria na zona do Chianti Classico, batizada de Gran Selezione, classificação máxima da sub-região mais importante da Apelação. Um dos nossos produtores, o Rocca delle Macíe, teve papel importante na reestruturação desta importante zona. Hoje continua sendo uma das grandes referencias da região.

Inicialmente eram muitas as uvas autorizadas, as mais plantadas eram Canaiolo, Sangiovese, Mammolo, Marzemino, Ciliegiolo, Colorino… e diversas castas brancas também utilizadas, dentre as quais, as mais comuns eram Trebbiano Toscano e Malvasia. Hoje, as que predominam são: Sangiovese (obrigatório no mínimo 70% para o Chianti DOCG e 80% para o Classico), seguida pela Canaiolo e Colorino, as francesas Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah ganharam importância, mas não podem ultrapassar 10% da composição do vinho.

A subdivisão territorial da Toscana, quanto à morfologia do seu relevo, é de 66,5% de colinas, 25,1% de montanhas e 8,4% de planícies. A parte montanhosa é formada pela cordilheira dos Apeninos. Chianti fica no centro da Toscana, nas colinas que começam nas regiões próximas às montanhas e se estendem até as planícies que ficam a oeste, caminho para o Mar Tirreno. Estas colinas estão a altitude que varia entre 200 e 400 metros acima do nível do mar e têm origem geológica no Plioceno, prevalecendo terrenos compostos de galestro (um tipo de folhelho argiloso), arenarie (rocha sedimentar), alberese (pedra rica em carbonato de cálcio) e argila.

O clima toscano é mediterrâneo, mas com notáveis diferenças devido à medida que se distancia do mar, à altitude e à disposição do relevo. A poderosa cadeia alpina ao norte protege a região das intempéries climáticas setentrionais e os Apeninos regulam a pluviosidade, a temperatura e os ventos ao longo de toda a Toscana. As colinas do Chianti apresentam invernos moderados e verões relativamente frescos com temperaturas médias de 23°C, a precipitação média anual é de 867 mm, procedendo em direção aos Apeninos crescem as excursões térmicas, assim como a pluviosidade (até 2000 mm).

Além da denominação genérica Chianti, cujos vinhos podem ser produzidos em qualquer local da área demarcada, existem outras oito denominações referentes a localidades específicas com regras mais rígidas de acordo com as condições gerais de cada sub-região, destas, as que mais se destacam são Chianti Classico e Chianti Rufina. As demais, e não menos importantes, são: Chianti Montalbano; Chianti Colli Fiorentini; Chianti Colline Pisane; Chianti Colli Aretini; Chianti Montespertoli e Chianti Colli Senesi. Desta última zona importamos o gastronômico ROCCA DELLE MACÌE RUBIZZO CHIANTI COLLI SENESI 2017.

Chianti Classico DOCG é a sub-região mais importante e tradicional de Chianti. Esta apelação ocupa o território que fica entre Florença e Siena, suas principais localidades são Greve in Chianti, Radda, Gaiole e Castellina in Chianti. A marca que o distingue dos demais Chiantis é o “Gallo Nero” na parte superior das garrafas. O Chianti Classico adquiriu posição independente, seus produtores são “conduzidos” por legislação exclusiva, com regras mais restritivas. Para os amantes do Chianti Classico ou para aqueles que ainda não experimentaram, uma boa dica é ROCCA DELLE MACÌE CHIANTI CLASSICO 2017.

Já o Chianti Classico Riserva está acima do “Classico” na hierarquia e obedece a regras ainda mais rígidas, como maior graduação alcóolica e envelhecimento. No topo da pirâmide está o Chianti Classico Gran Selezione, com regras para produção muito rígidas garantindo qualidade e estilo bastante particulares. Te convido a conhecer o SAN FABIANO CALCINAIA CELLOLE CHIANTI CLASSICO GRAN SELEZIONE 2013, um dos melhores vinhos do nosso catálogo. Aliás, te convido a “passear” pelas diferentes zonas da DOCG Chianti, vá ao campo de busca do nosso site e divirta-se…