Taninos do Vinho: o que são?

Taninos do Vinho: o que são?

21 de junho de 2021 0 By Sidney Lucas

Você sabe o que são os taninos? Essa é uma pergunta que muita gente se faz na hora de avaliar ou escolher um bom vinho.  

Resumidamente, são aqueles que vinhos deixam a sensação de boca seca após o consumo. Mas por que isso acontece?  

Nesse blog post vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre o assunto para acertar em cheio na hora da sua escolha.  

O que são os taninos?  

Os taninos são substâncias encontradas em diversas partes de uma planta, como: caule, folhas, sementes e nas cascas dos frutos.  

Essa substância é responsável pela coloração e atua como uma espécie de defesa da planta contra ataques insetos ou microrganismos vivos. Para se proteger, ela libera uma quantidade de taninos que deixam seu sabor extremamente amargo, ajudando, desta forma, a inibir esses ataques. Esse amargor é uma das características presentes nos vinhos tintos mais jovens, porém, bastante discreto já que o vinho é feito de uvas maduras e na medida que as frutas amadurecem perdem tanino enquanto ganham açúcares.

O tanino nas uvas 

Os taninos são encontrados em maior quantidade nas uvas tintas. Isso acontece, pois as cascas dessas uvas são mais grossas, oferecendo assim uma quantidade maior da substância. 

Se você quer um vinho mais suave, ou intenso, fique atento na escolha. Confira abaixo as uvas com mais ou menos taninos. 

Uvas tintas com mais taninos: 

  • Tannat (que leva este nome por ser uma uva extremamente tânica); 
  • Cabernet Sauvignon;
  • Shiraz (Syrah);
  • Malbec;
  • Sangiovese; 
  • Tempranillo;
  • Barbera. 

Uvas tintas com menos taninos: 

  • Pinot Noir do Novo Mundo; 
  • Merlot;
  • Gamay; 
  • Barbera; 
  • Zinfandel; 
  • Primitivo. 

Por que os vinhos tintos têm mais taninos?  

Além da casca mais grossa, o processo usado na produção dos vinhos tintos também influencia na quantidade final de taninos da bebida.  

Para um vinho encorpado, é necessário um processo de fermentação maior, ou seja, o suco precisa ficar mais tempo em contato com a casca e com as sementes.   

O tipo de tanque usado na elaboração do vinho e a temperatura que o líquido é submetido também são determinantes. Tanques mais baixos e mais largos permitem que o suco tenha mais contato com as partes sólidas da uva, extraindo assim mais taninos. 

Taninos nos vinhos brancos e rosés  

Nesses dois tipos de vinhos a quantidade de taninos é infinitamente menor, quase nula. Isso acontece porque as partes sólidas (caule, casca e sementes) são separadas do líquido no momento da fermentação.  

É possível sentir melhor a presenta dos taninos nas bebidas que passam por um período maior de amadurecimento em barris de carvalho, pois ficam em contato direito com a madeira.  

Taninos em barris de carvalho  

O amadurecimento em barril de carvalho é uma das práticas mais comuns no mundo do vinho. Isso porque a madeira também acrescenta a substância à bebida armazenada.  

Esse processo é utilizado para acelerar a produção de taninos ao líquido e, ao mesmo tempo, torná-los mais suaves.  

A quantidade de taninos que cada barril vai apontar depende de uma série de fatores:  

  • Do tipo de carvalho (americano, francês, etc.). 
  • Da parte da árvore da qual os barris foram construídos. 
  • Do número de vezes em que estes barris foram utilizados. 

Atualmente, com o avanço tecnológico, é possível calcular a quantidade e qualidade dos taninos que o barril vai transferir ao vinho.    

A importância dos taninos para o vinho 

Já entendemos que um dos ingredientes mais importantes na elaboração de um vinho, depois das uvas, são os taninos. Eles podem ser considerados a espinha dorsal da bebida, pois são os responsáveis por parte da estrutura da bebida que é completada pela acidez e pelo álcool.  

Além disso, eles são responsáveis pela longevidade do vinho. Isso mesmo! Eles permitem que o vinho possa ser guardado por anos ou até mesmo por décadas.  

Harmonização  

Como são mais encorpados, os vinhos ricos na substância combinam muito bem com alimentos gordurosos e proteicos. Isso porque a gordura ajuda a amenizar o efeito dos taninos na boca, tornando-os menos amargos. Então, se você quer fazer uma boa harmonização, recomenda-se uma boa carne vermelha, de preferência gordurosa.  

Agora, você sabe o que não combina com um vinho rico em taninos? Eles definitivamente não devem ser harmonizados com comidas amargas. Isso porque o amargor do prato, tende a intensificar o amargor do vinho, transformando a combinação em uma escolha desagradável ao paladar.  

Também não é recomendado harmonizá-los com peixes, principalmente os de água salgada. O iodo do peixe unido ao tanino do vinho traz um sabor metálico desgostoso, transformando a combinação numa experiência ruim ao paladar.  

Gostou das dicas? Esperamos que esse blog post tenha tirado todas as suas dúvidas sobre o assunto. Fique atento que vem muito mais conteúdo informativo por aí. Deixa seu comentário falando o que achou.